Visitei as exposições de pintura na fortaleza, na biblioteca e no espaço cultural da junta de freguesia.
Gostei em particular das exposições de André Semblano e Marina Fátima. A ordem pela qual elaboro a minha crítica não representa nada. Gostei de ambos em pé de igualdade, embora tendo cada um o seu estilo. Cada um deles transmitem-me sentimentos diferentes.
Se tivesse que os classificar diria que o André é um pintor da vida moderna. Na senda do que preconizava Charles Baudelaire. Aproximaram-se desta visão, Manet, Degas e Velasquez, tão bem homenageado por Marina.
André, é o poeta do buliço. É o poeta do murmúrio, do movimento e da inquietação. A sua pintura faz-me lembrar Álvaro de Campos (Fernando Pessoa),“Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!” em Ode Triunfal. As suas telas transmitem o que não se vê! A faina o mar e o descanso duma vida de labuta, retratadas nos barcos, a vida da cidade, o burburinho do dia-a-dia em movimentos perpétuos da vida.
Não sei como é que o André se classifica mas eu vejo uma mistura de realismo e pós-impressionismo nas suas obras, em concreto nas aguarelas. Já no caso dos acrílicos, até nos barcos, revejo um "figurativo arquitectónico", cujo expoente máximo em Portugal foi Molina.
A Marina é a pintora da côr. Exalta a côr com grande mestria. As figuras podiam não estar lá. Não faziam nem fazem lá falta. A mensagem é-nos transmitida pela côr e pela forma com as dispõe. Percebo nas cores fortes e expressivas a côr da savana africana. do deserto do Saara e da floresta do Congo.
Tenho mais dificuldade em classificar a Marina quanto ao movimento artístico. Parece beber em fontes diversas tais como o realismo, o pós-impressionismo, cubismo e a abstracção.
Os pintores também são poetas. São poetas da côr e dos sentidos da alma. Algumas da telas da Marina, não são pintura, são poesia.
Artigo de Opinião!
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