À conversa com um amigo, aliás um bom amigo de longa data, dizia-me ele que estava a ler um livro em que, em determinada altura, o autor destinava uma página inteira aos seus pais mas, a dedicatória estava em branco.
Enquanto pai, não posso deixar de me preocupar com este assunto. É lamentável que um filho nada tenha para dizer sobre o seu pai.
De facto, ser pai não é fácil e, muito menos ser filho. Por vezes projectamos nos nossos filhos os sonhos que gostaríamos de concretizar.
A relação entre duas pessoas, sejam elas quais forem, é sempre difícil. E quando uma delas detém "poderes de autoridade" ainda mais.
Até que ponto é que um pai deve ser (O) melhor amigo dos seus filhos? Que educação, que valores deve transmitir nesta sociedade em constante mutação?
Deverá um pai ser um exemplo de virtudes se no fundo não passa de um ser humano também com defeitos?
Será preciso ser um pai herói? Escrever um livro ou ser famoso?
Creio bem que não!
O segredo está no equilíbrio da relação o que nem sempre é fácil. Sobretudo um pai deve ser um pai presente. O seu filho deve sentir que um pai é uma pessoa como todas as outras, tem defeitos e tem virtudes. Mas está lá, é um porto seguro onde ancorar nos momentos difíceis, sem censuras.
Ao meu filho espero pelo menos transmitir-lhe alguns valores sobre o respeito pela vida mas, sobretudo, trasmitir-lhe valores de livre pensador. Livre para inventar e para escolher.
É desta forma que gostaria de ser lembrado pelo meu filho.
Nesta linha de pensamento, deixo-vos um livro que li em 2004. "Ética para um jovem" de Fernando Savater. Editorial Presença.
Uma obra de referência e destinada aos jovens mas que considero sobretudo dirigida aos pais.
Sem comentários:
Enviar um comentário