
Um dia também eu sofri de um síndrome que afecta muita gente em Sesimbra e até fora de Sesimbra. Como qualificar essa opinião/pensamento que se espalhou mais depressa do que um vírus? Síndrome, parece-me a palavra mais correcta!
Ora bem, então que doença será esta? Nada mais nada menos que uma versão, à escala claro está, do velho pessimismo Português! O que é de fora é que é bom!
Da mesma forma que o Português pensa que o que é estrangeiro é que é bom, pensamento que felizmente tem vindo a perder apoiantes. Também os pexitos pensam que o que estraga Sesimbra são as pessoas, porque a vila é bonita mas o que a estraga são as pessoas e o que vem de fora é que é bom!
Em tempos também eu pensei assim e atire a primeira pedra quem nunca assim pensou!
Facto é que cresci, morei fora de Sesimbra, estudei fora de Sesimbra, como muita gente, ou como quase toda a gente. No entanto, foi para aqui que voltei, foi aqui que constitui família, e é aqui que estou a criar os meus filhos. Não quereria morar noutro sítio nem quereria que os meus filhos crescessem noutro sítio.
Sesimbra também são as pessoas. Aliás, Sesimbra são as pessoas e é aquilo que fizermos dela. Se nada fizermos, nada será! Podemos ir e voltar, podemos até durante algum tempo pensar que não gostamos dela, zangarmo-nos e depois fazermos as pazes mas, é sempre para ela que acabamos por voltar, porque a nossa terra é sempre nossa.
Assim sendo, qual será a conclusão lógica desta pequena reflexão?
Estamos em crise, nós e o país e até o mundo é certo! Então chegou a altura de nos unirmos, de esquecermos as nossas divergências e de pensarmos que juntos somos mais fortes. Juntos somos capazes de ultrapassar os obstáculos e de ajudar a nossa terra, a nossa gente e o nosso país. Deixemos de parte as nossas diferenças, não são importantes sequer. Deixemos de parte o nosso orgulho, não nos faz falta! Deixemos de parte a nossa teimosia, não nos dá nada de positivo! Pensemos em como podemos ser pessoas melhores, um pouquinho só todos os dias! Talvez pensar um pouco mais antes de falar, talvez não julgar o outro com tanta facilidade, talvez pensar que em vez dele até podia ser eu.
Somos um! É inevitável meus caros e conterrâneos somos um. Estamos todos no mesmo barco. Não será já altura de remarmos todos para o mesmo lado?
Bem hajam.
Ana Paula Costa
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